A maioria das empresas brasileiras é criada a partir da visão de um empreendedor, surgem muito pequenas e possuem uma mortalidade de 80% em seus primeiros 2 anos de existência.Essa última afirmação pode parecer assustadora, mas na prática é exatamente isso que acontece. E não precisa ser assim.Uma das razões dessa alta taxa de mortalidade é que a maioria das empresas é criada sem um Plano de Negócios formal que evidencie a estratégia adotada e que contemple as medidas, recursos e ações necessárias ao longo do tempo, para a viabilização do negócio.É muito comum nas pequenas empresas que, em face à demandas de curto prazo e carência de recursos, os sócios e principais executivos mergulhem na rotina e deixem de lado o necessário planejamento. Também, nem sempre a visão empreendedora que move o empresário é compatível com a atividade de gestão. Nos primeiros anos do ciclo de vida, os fundadores/gestores estão, normalmente, com 100% do seu tempo envolvido em as rotinas operacionais e técnicas, tais como: prospectar clientes, identificar fornecedores, desenvolver produtos, elaborar orçamentos, recrutar, montar, treinar e motivar a equipe.Passada essa primeira fase e tendo “sobrevivido” (o que já é um grande feito, dadas as grandes taxas de mortalidade anteriormente citadas), deve o empreendedor se conscientizar de que agora ele necessita “algo mais” para que o negócio ganhe sustentação financeira e previsibilidade. É chegado o momento de “pensar o negócio” e reduzir as incertezas. É justamente esse o momento mais delicado. Os números cresceram, a complexidade do negócio aumentou e, sem um planejamento adequado, o risco de que tudo se perca é muito grande.O processo de Planejamento Estratégico não resolve todos os problemas das empresas, mas realizá-lo é, sem dúvida, uma maneira de criar a cultura de observar o ambiente e reconhecer nele oportunidades e ameaças, além de conhecer melhor suas próprias limitações e pontos fortes, abrindo caminho para a criação de soluções consistentes que permitam o crescimento seguro e rentabilização.Outro aspecto importante é que o PE permite que se discuta a empresa proporcionando, num primeiro momento o nivelamento de informações e o consequente estabelecimento de um norte, um caminho comum a ser perseguido por sócios, gestores e colaboradores. O ideal é que o processo de planejamento estratégico não resulte apenas em um documento, mas que ajude a empresa a conhecer melhor a si mesma e ao ambiente em que está inserida, possibilitando um melhor aproveitamento das oportunidades e guiando ações e investimentos que devem ser realizados para o ganho de novas vantagens competitivas e a manutenção das existentes.O cenário dos negócios muda constantemente. Novos competidores, novos produtos, novas tecnologias aparecem a todo instante.O Planejamento Estratégico portanto, para trazer resultados duradouros, deve ser revisado periodicamente. Mais do que um “momento na vida da empresa”, ele deve aos poucos ser absorvido pelo “Pensar e Agir Estrategicamente”, pensamento este que deve se tornar hábito em todos os níveis da empresa. É esse pensamento que irá guiar as ações de toda a equipe em direção aos objetivos, sem esquecer dos Valores e Princípios estabelecidos na definição da Identidade da Organização.Nesse livro vamos sugerir uma metodologia simples e prática que permita ao pequeno empreendedor, seja do setor de serviços ou de produção de bens, elaborar um plano estratégico para seu empreendimento.Boa leitura.